De Elias Canetti.
Nascido na bulgária, judeu sefardin, Canetti aprendeu a falar em búlgaro, dialetos ciganos e ladino antes de mudar para Londres com a família, ainda criança. Além do inglês, ainda aprendeu francês antes de, aos 11 anos, assimilar as primeiras palavras em alemão – língua que até então ele odiava (os pais a usavam para ‘namorar’ sem que os filhos os entendessem), mas que se tornou sua paixão e o instrumento com o qual ele se tornou Nobel em literatura. Livro delicioso, primeiro de uma trilogia, em que ele narra as memórias da infância e adolescência, permeadas pela adoração pelos livros e pela mãe. O primeiro contato que tive com Canetti foi em um livro de estudos de Alemão, que copiava justo o trecho em que ele conta as primeiras aulas que teve do idioma. Paixão à primeira vista, confirmada meses depois com a leitura do romance “Auto-de-fé”, hoje um dos meus livros favoritos ever. Enfim. Morri.
(Publicado originalmente no Facebook em 7 de novembro de 2011)