A ideia de um trauma capaz de desconectar uma pessoa do mundo sempre me assombrou. E assombra.
Quando vejo moradores de rua – como o Lula, que circula pelas ruas de Pinheiros -, tento imaginar o que o levou a vagar por aí, sujeito às mais terríveis condições. Na maior parte do tempo, invisível. E quando notado, odiado.
É em torno da invisibilidade, do trauma e da ruptura com o mundo que se desenvolve o incrível romance de Evandro Affonso Ferreira, O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam.
Em uma narrativa contínua, sem parágrafos, sem capítulos, o mendigo fala sem parar diante de um desconhecido. Do universo dos moradores da “praça debaixo do viaduto”, o álcool, a violência, a indiferença e o ódio das pessoas do entorno a divagações sobre a obra do pensador Erasmo de Rotterdam. Sim, estamos falando dele, Erasmo de Rotteram, cujos adágios o mendigo realmente sabe de cor.
A quem vai ler, uma recomendação: prepare-se para um livro carregado de altas doses de erudição, citações, referências a pensadores humanistas, frases em latim, devidamente traduzidas. Parece chato, mas não é. A ruptura que levou esse pobre coitado às ruas? Descubra na primeira página.
La vamos nós
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Obrigado pela visita!
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Olá!
Acabei de saber por uma amiga sobre Eugênio!! Vou comprar os livros dele com certeza!!
Estagiei em 2019 durante quase dois semestres como estagiária de Serviço Social nesse Centro de Acolhida na Barra funda, porém em outro serviço!
Com certeza assim que liberar as visitas, vou querer conhece lo!!
Parabéns por essa linda reportagem!!
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Que legal. Espero que o encontre bem. Quanto ao livro, pode encomendar pelo site da Editora Patuá.
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